«UM PASSEIO PELA SERRA EM FLOR»
Na época medieval, provavelmente no século XIII, surgiu um pequeno povoado que recebeu o nome de Casas Piodão. Posteriormente foi transferido para a sua actual localização, em virtude da instalação de um mosteiro Cister, Abadia da Ordem de São Bernardo, do qual não restam vestígios. O contraste entre o negro das casas de xisto e o branco da sua Igreja Matriz é uma das características mais marcantes da aldeia...
Na manhã de sábado, de 11 de Maio de 2002 partimos em direcção à jóia da Serra do Açor, o Piódão - uma das dez Aldeias Históricas de Portugal. Seguimos pela IP3 até a cortada para Arganil, passamos por Coja e depois pela estrada bem sinalizada até o Piódão.
As estradas sinuosas e estreitas serpenteiam as encostas xistosas da Serra do Açor, onde as quelhadas (1) protegem a terra das intempéries. Nesta época do ano, a primavera, cobertas por um manto de flores, onde sobressai a coloração amarela das Giestas, Tojos e Carquejas e o lilás das Urzes. As rochas estão salpicadas por líquens e musgos de cor verde oliva. Ao longe vemos manchas de pinheiros, carvalhos e castanheiros. São frequentes as ruínas do que outrora foram casas de xisto de agricultores. Abandonadas e desgastadas pelo tempo, são hoje apenas parte da paisagem. Imagino os jovens migrando para as grandes cidades em busca de uma vida melhor, abandonando a pastoricia e as actividades artesanais, ligadas sobretudo à floresta.
No meio das exuberantes escarpas e vales profundos situam-se pequenos povoados que se fundem na paisagem. Rasgando os céus encontrará o Açor, uma ave de rapina que deu nome a esta maravilhosa e colorida serra. Corujas do mato e gaviões também são habitantes locais. O Javali e a geneta são exemplos dos mamiferos de grande porte que habitam a região.
Depois de hora e meia passeando pela Sera, encontramos o Piódão no seu ninho de verdura, tal uma tela cubista imobilizada no tempo. Talvez por causa das distâncias ou das dificuldades de acesso, a matéria prima utilizada na construção da aldeia é predominantemente. o xisto local, que aparece também no pavimento das arruelas. Os telhados são feitos em Ardósia.
Esta a ser feito um grande trabalho de recuperação. Parece-me, no entanto, que falta ainda um pouco de cuidado para com os pequenos detalhes como as antenas de televisão, os cabos de energia e os restos de entulho nas ruas. É de desejar, sobretudo numa região do interior, que as pessoas se conscientizem da importância do turismo para a economia local, compreendendo que quem tem um bem inestimável de tão grande beleza arquitectónica tem o dever de o preservar e melhorar.
Ficamos tristes de ver o dia acabar, mas certos de que quem visita o Piódão e a Serra do Açor com certeza voltará sempre. Deixamos-lhe umas informações fornecidas pelo turismo.
Esperamos que tenham gostado tanto quanto nós.
Texto: Leonardo Opitz e Gerard Durand / 2002
Fotografia: © Gerard Durand e Leonardo Opitz / 2002 Maio
Classificação da Aldeia
"Aldeia Histórica, classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto Lei nº 95/78 de 12 de Setembro - muito contribuiu para esta classificação o mérito do arquitecto Eugénio Correia, um apaixonado pela beleza do Piódão. É uma das 18 freguesias do Concelho de Arganil e conta com 12 aldeias na sua jurisdição.", Folheto distribuído pelo Posto do Turismo. Sem indicação de Autor.
Proteção Legal
A Paisagem Protegida da Serra do Açor, passou a ser objecto de proteção pública a partir de 1982 pelo decreto lei 67/82 de 3 de Março.
Origem do Piódão
Na época medieval, provavelmente no século XIII, surgiu um pequeno povoado que recebeu o nome de Casas Piódão. Posteriormente foi transferido para a sua actual localização, em virtude da instalação de um mosteiro Cister, Abadia da Ordem de São Bernardo, do qual não restam vestígios. O contraste entre o negro das casas de xisto e o branco da sua Igreja Matriz é uma das características mais marcantes da aldeia.
A Igreja Matriz
A Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição foi construída no Séc. XVII e reconstruída no final do Séc. XIX. A sua arquitectura é composta por quatro finas torres cilíndricas rematadas por cones. No centro ao cimo, encontra-se a imagem da santa padroeira.
Telefones Úteis:
Posto de Turismo 235 732 787 (Piódão)
Serviços de Turismo 235 204 823 (Arganil)
Onde Dormir:
Estalagem do Piódão
Piódão
6285-018 Piódão
Tel.: 210 403 900/01/02
Fax: 210 403 951/0
E-mail: est.piodao@inatel.pt
Locais de Interesse:
- Igreja Matriz
- Igreja de São Pedro
- Capela das Almas
- Fonte dos Algares
- Eira
Festividades:
- Festa de São Pedro (em Abril)
- Festa do Sagrado Coração de Jesus (em Agosto)
Lazer:
- Passeios de Bicicleta
- Passeios a Pé
- Pesca
- Rota das Aldeias Históricas
- Visitas Guiadas
- Todo o Terreno
Notas de Rodapé:
(1) As quelhadas são plataformas feitas com pedras de xisto com o objectivo de suster as terras e evitar a erosão provocada pela chuva. São também chamadas de "Terraços".
Esta reportagem teve o patrocínio da TELEFORMAR, Lda, uma empresa de soluções para formação à distância sediada no Instituto Pedro Nunes em Coimbra. Visitem a página web:www.teleformar.net
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Pousada do INATEL |
Na época medieval, provavelmente no século XIII, surgiu um pequeno povoado que recebeu o nome de Casas Piodão. Posteriormente foi transferido para a sua actual localização, em virtude da instalação de um mosteiro Cister, Abadia da Ordem de São Bernardo, do qual não restam vestígios. O contraste entre o negro das casas de xisto e o branco da sua Igreja Matriz é uma das características mais marcantes da aldeia...